domingo, 27 de maio de 2012

Steve Mccurry revela a alma universal em suas fotografias


Festas religiosas no oriente, zonas de guerra, o cotidiano em países como Índia, Nigéria e Paquistão ofereceram ao fotógrafo americano Steve Mccurry  material para capturar imagens que traduzem sofrimento e alegrias. O conjunto de imagens carrega o conflito da alma, a contradição da própria vida que não pode se limitar a definições superficiais.

Algumas imagens como “Menino em Pleno Vôo” (2007) e “Pescadores” (1995) transmitem a sensação de liberdade – não somente a liberdade daquele menino que corre ou dos pescadores que enfrentam a força do mar – mas uma sensação que pode ser compartilhada universalmente, mesmo para quem nunca esteve nos lugares fotografados.

Mccurry tem a capacidade de olhar o detalhe e o plano geral. Em algumas imagens elege dá prioridade ao detalhe, como na série de retratos que valorizam o olhar dos fotografados. Em outras fotografias é o plano geral que fala de maneira eloqüente, como na imagem que mostra monges budistas em frente a uma enorme pedra considera sagrada por eles. A escolha do detalhe ou do plano geral é fundamental para a expressão da imagem.

Sharbat Gula, a menina afegã fotografada em 1984, virou um ícone do trabalho de Steve Mccurry. É uma atribuição de valores que não se justifica somente pela qualidade da imagem, mas pela aura criada em torno dela. Vale observar mais atentamente outros retratos, que igualmente parecem revelar a alma dos fotografados.

Falar do uso das cores pode parecer dispensável, já que é tão recorrente no conjunto da obra de Mccurry. Mas não é possível ignorar esta qualidade do trabalho porque as cores compõem cenários fantásticos. Mccurry valoriza a combinação ou contraste de cores, como na imagem do homem pintado de verde, num aparente estado de êxtase, cercado de outras tantas pessoas pintadas de vermelho. A imagem capturada na Índia em 1996 é um bom exemplo de equilíbrio entre forma e conteúdo.

O fotógrafo tem disponibilidade para encontrar o imprevisível e buscar nesta situação o objeto a ser fotografado. Sobre isto, ele mesmo já disse: “Você não pode ficar preso no que você pensa ser o seu destino. A jornada é tão importante quanto o destino”.








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